Como a liderança se transformou ao longo dos últimos anos? O que significa ser líder hoje? Conforme a cultura muda, os significados do que é ser um líder, liderar e ser liderado(a) também mudam.
Em entrevista exclusiva, os headhunters da Global Talent HQ Guilherme Farias e Pedro Mega analisaram as transformações que a liderança sofreu nos últimos anos e como isso afeta as empresas.
Inicialmente, Guilherme explicou o que entende como definição de liderança: “é saber a resposta correta aos questionamentos do time, e fazer as perguntas certas pra fazer o time jogar junto”.
O headhunter aproveitou para indicar o livro Inteligência Emocional, de Daniel Goleman. “Outra característica é a empatia. Porque é sobre sentir a dor do outro, se coloca no lugar dessa pessoa e alavancar os resultados com respeito e caminhando junto com a equipe”.
Guilherme lembrou um gráfico que circula pelo LinkedIn sobre dois tipos de líder: o que está empurrando uma charrete com o time nas costas e o que empurra a carga com todo mundo. “É o líder que atua junto à equipe. Esse é um grande diferencial”, reforçou.
As novas tecnologias de informação e comunicação e a Internet revolucionaram a forma de trabalhar. Conforme as mudanças foram acelerando e as equipes das empresas se diversificando, o papel do líder também foi alterado.
“Os líderes do início da minha carreira tinham mais facilidade em gerenciar equipes porque só havia praticamente uma geração de profissionais no mercado. Ou seja, há 10 anos atrás, era mais simples conseguir ser um líder”, lembra Guilherme.
“Hoje o líder tem que saber lidar com várias gerações. Tem os Baby Boomers, as pessoas que nasceram no pós-guerra. Tem a Geração Y, pessoas nascidas a partir dos anos 90 que têm costumes e habilidades diferentes”, cita.
Por isso, Guilherme destaca que a adaptabilidade é uma qualidade cada vez mais valorizada em líderes pois é essencial para gerenciar todas as gerações. “É preciso entender o perfil de cada geração para fazer os profissionais performarem”, comenta.
“Há alguns anos, era comum ter uma pessoa mais nova em uma empresa. Ela era obrigada a se adaptar ao meio, à cultura organizacional. Hoje em dia, principalmente nas startups, há pessoas mais novas, por seu valor de mercado reduzido. E elas se tornam cada vez mais maioria nas empresas”.
Pedro Mega comentou os impactos na liderança da adoção de novos modelos de trabalho, como o híbrido e remoto. “É importante a proximidade da direção às realidades dos colaboradores e o interesse na participação, no conhecimento e na análise das suas eventuais dificuldades”.
“Outra prática relevante, que eu mesmo fazia quando liderei grandes equipes, é a aplicação do binômio autonomia e responsabilidade. O melhor resultado vem da liberdade, das diretrizes e da amplitude do trabalho. O líder deve filtrar, analisar e avaliar com KPIs e conversas”, sugere Pedro.
“Também mudou o interesse que as empresas tem na melhor formação possível. As organizações não priorizam só a melhor universidade, mas sobretudo as habilidades comportamentais. Ou seja, as empresas tem implementado novas políticas para que as pessoas possam se aprimorar nas áreas em que trabalham”.
O headhunter acredita que os últimos anos mudaram a forma de trabalhar e, assim, a forma de liderar. “Portanto, as condições de trabalho se modificaram. Esse conjunto de situações alterou a forma das lideranças olharem para como seus trabalhadores atuam”, comenta Pedro.