Resiliência contínua, equilíbrio quando tudo é urgente

Em tempos de imprevisibilidade, instabilidade e intensidade, manter a calma e o foco no resultado algumas vezes parece impossível. Essa dificuldade não nasceu ontem: há um antigo provérbio japonês que diz “caia sete vezes, levante oito”. Mas com o desenvolvimento da sociedade da informação e o surgimento da Internet, o desafio de preservar o equilíbrio ganhou novos contornos.

O grande volume de informações que são produzidas e consumidas todos os dias, sobretudo por meio das mídias sociais, dão a impressão de que o tempo está passando cada vez mais rápido. Apesar disso, muitos já afirmam que hoje “não vivemos uma era de mudanças, e sim uma mudança de era”. Por isso, a resiliência contínua é considerada uma das principais soft skills do século XXI.

Esse conceito vem da física e descreve corpos e matérias que voltam ao estado inicial depois de sofrer uma deformação. O significado tem sido usado de forma adaptada ao contexto profissional: dentro de uma empresa, a resiliência contínua corresponde ao hábito de dar um passo atrás em meio às tensões emocionais. O voltar ao normal neste caso é um movimento para o estado mental de antes dos conflitos no trabalho.

Assim, a resiliência contínua ganhou destaque entre as qualidades comportamentais procuradas por recrutadores em processos seletivos. Afinal, ela é uma habilidade extremamente valiosa na gestão das diferentes crises que surgem em uma empresa, por exemplo. E hoje em dia não é raro ter que lidar com desavenças e pressões, não é mesmo?

O que é resiliência contínua

As competências soft são interdependentes: umas dependem das outras, e vice-versa. Por exemplo, a comunicação assertiva e a criatividade ativa, soft skills que foram temas de outros artigos do blog, influenciam no desenvolvimento da resiliência contínua e são influenciadas por ela. Em outras palavras, quem tem um pensamento criativo terá mais facilidade para aprimorar a eficácia da comunicação e manter o equilíbrio ao lidar com problemas.

A resiliência contínua tem muito a ver com a inteligência emocional, ambas envolvem a capacidade de controle das emoções nos momentos mais difíceis. Um profissional resiliente é aquele que sabe ouvir com tranquilidade um “não” e aprende continuamente com as experiências vividas no trabalho. Mais que gerir bem as suas reações, ele usa as críticas a favor de seu crescimento.

No entanto, é muito importante não confundir a resiliência com um conformismo com cargas excessivas de trabalho e ou uma indiferença aos sentimentos dos demais colaboradores. Isso não só faz com que você reprima suas emoções e somatize-as em problemas de saúde, por exemplo, como também enfraquece sua empatia, que é outra habilidade valiosa.

Os benefícios da resiliência contínua

O desenvolvimento da resiliência é uma relação ganha-ganha. Tanto quem investe na habilidade (liderança), quanto quem trabalha o comportamento (colaborador) sente os impactos positivos. A maior capacidade de adaptação a contextos adversos talvez seja o maior deles. O profissional cultiva o hábito de se desvencilhar dos pequenos estresses do cotidiano e prioriza o pensamento positivo.

As adversidades são inevitáveis, na vida e no trabalho. Em relação a elas, o filósofo francês Jean-Paul Sartre adotaria uma abordagem resiliente: “não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. De fato, entre todas as habilidades soft skills citadas em 2021, essa é a ideal para aumentar o foco na resolução de problemas nas equipes.

Desde a infância, um dos principais fatores de mudança de hábito são os grandes eventos da vida, independentemente da conotação que adquirem com o passar do tempo. Por exemplo, a separação dos pais ou a mudança de cidade são acontecimentos que marcam a história de qualquer pessoa. É essa imposição de lidar com o desconhecido que provoca o aprendizado. Por isso, a resiliência transforma muitas experiências profissionais em fontes de crescimento.

Como um efeito dominó, o desenvolvimento da resiliência também contribui com a confiança do profissional na própria capacidade de organizar e executar determinadas atividades. Com maior autoestima, os colaboradores adotam uma postura mais otimista e abrem espaço para novas perspectivas.

Boas práticas para a resiliência contínua

A mudança de hábitos é o principal fator de desenvolvimento das soft skills. Com a resiliência não é diferente. Você pode se inscrever em cursos e oficinas e o conteúdo vai ajudar, mas só conseguirá adquirir essa habilidade percebendo, analisando e trabalhando o seu comportamento. Reoriente algumas atividades diárias e reserve um tempo semanal para iniciar uma nova.

Em momentos de tensão, não reaja imediatamente. Pare, respire fundo, observe, analise, decida e finalmente aja. Além dessas pequenas pausas em momentos de estresse no trabalho, vale experimentar as sessões de terapia para saber como administrar suas emoções. Existem diferentes linhas de abordagem na psicologia, procure aquela com a qual você mais se identifica.

Um dos principais fatores para exercitar a resiliência é o autoconhecimento. Ele é essencial em termos profissionais e pessoais e permite a você descobrir os gatilhos das suas emoções. Seja da raiva e da tristeza, seja as fontes da alegria e da motivação. Além da terapia, a meditação e os momentos de silêncio são extremamente esclarecedores. Expressar-se artisticamente por meio da pintura, por exemplo, é um meio de relacionar-se consigo mesmo.

Sabendo quais são os gatilhos das emoções mais e menos desejadas, aumente o investimento de energia e tempo nos que favorecem. Considere isso na hora de fazer o seu planejamento e comemore sempre que conquistar algo. Se nutra de relações engrandecedoras e conte com uma rede de confiança. Esse sistema de recompensa funciona com reforço positivo e poupa você de qualquer muro das lamentações.

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