Como negociar uma oferta de emprego?

Qual é a sua primeira ação depois de receber uma oferta de emprego ou de um contrato de trabalho? O que a maioria costuma fazer imediatamente é comemorar e quase sempre aceitar o que foi sugerido. No entanto, toda proposta deve ser considerada apenas como um ponto de partida para negociar. Pois é nas condições e circunstâncias da oferta que deve focar o profissional.

Nos Estados Unidos, cerca de 41% dos candidatos negociam todas as ofertas de emprego, sejam elas boas ou ruins, de acordo com estudo. Essa taxa costuma variar de acordo com a situação socioeconômica do país, mas também com a cultura de trabalho da empresa e do próprio colaborador. Fato é que negociar o salário ou demais termos do contrato individual de trabalho faz a diferença.

Muitas pesquisas e relatórios analisaram a evolução de uma negociação empresa e trabalhador a partir da oferta inicial e constataram que a maioria dos acordos acabou valorizando mais o profissional. Em alguns casos, a empresa também saiu ganhando. Contudo, é importante se preparar e saber lidar com a situação com uma argumentação consistente e sem ultrapassar limites.

Afinal, como negociar condições de trabalho?

1- Pesquise e considere vários cenários

Uma boa negociação salarial começa no primeiro minuto da primeira entrevista do profissional. Por isso, é importante estar presente e avaliar com atenção a situação e as informações fornecidas.

Descubra há quanto tempo a vaga está aberta, qual a rotatividade desta função na empresa e por que, e quão urgente é a contratação. Todas essas respostas podem lhe dar uma vantagem na negociação.

Pesquise a faixa salarial média para o cargo. Sites como LoveMondays, 99 Jobs e Vagas.com.br podem dar uma ideia sobre o salário de profissionais na sua área e nível de atuação. Local e experiência são os principais fatores que fazem variar o valor da remuneração.

Identifique a estratégia de remuneração da empresa, ou seja, se os salários pagos estão acima da média, na média ou abaixo dela. Em caso de especialização e/ou pós-graduação, confira se a empresa propõe um aumento proporcional do salário ao nível de formação do candidato.

2- Saiba qual é seu valor

Entenda o valor que você traz para a empresa. É importante mudar sua apresentação de entrevista de uma mentalidade de salário anterior para uma mentalidade de valor de trabalho. Muitas empresas perguntam o quanto você ganhava na sua posição anterior. No entanto, é melhor entrar e negociar com base no valor que você traz para a mesa.

Vincule o valor do salário que você está solicitando ao impacto que terá na empresa de maneira quantificável e qualificável. Em seguida, anexe sua pretensão salarial a essa equação. O quão mais consistente for a sua argumentação, mais provável é a chance de sucesso. Esteja focado em ajudar o empregador a considerar um excelente negócio e a entender como vai obter o retorno do investimento.

Seja objetivo sobre sua própria situação: que outras opções você tem? Qual é o menor salário que você aceitaria? Que aspectos do pacote de empregos, além do dinheiro, são importantes para você?

3- A oferta é um ponto de partida

Contenha o impulso em responder "sim" imediatamente: não se perde uma oportunidade de trabalho ao negociar ou pelo menos refletir sobre uma oferta. Pense e formule uma contra-oferta para melhorar as condições. Se for pedir uma quantia maior de salário, se prepare para apresentar razões relevantes que justifiquem isso.

É claro que isso não significa se limitar a dizer que você é a melhor pessoa que a empresa encontrará. Ou seja, se prepare para responder a esta pergunta não apenas com uma quantia, mas sobretudo com os motivos exatos e as evidências de que você merece mais.

Por exemplo, não diga: 'Para trabalhar aqui, eu quero R$ X'. Fale no seguinte sentido: ‘realmente gostaria da oportunidade de trabalhar com seu time, pois sei que posso aprender e contribuir muito. Eu proponho um valor total de R$ X para tornar isso possível'.

Em seguida, se sentir uma abertura, apresente dados e informações pertinentes que justifiquem o valor. E não tenha medo de ganhar tempo. Se a oferta foi feita por telefone, agradeça e avise que vai pensar e/ou discuti-la com seus conselheiros de confiança e responder.

Não há vantagem em responder em tempo real. Não se faz isso todos os dias e é estressante. É melhor evitar dizer algo de que se arrependerá. Além disso, o ponto focal da empresa com você pode não ser o tomador de decisão final.

É melhor apresentar a contraproposta em um e-mail de forma detalhada para que seus argumentos e justificativas completas sejam enviadas a todas as partes interessadas.

4- Negocie para além do dinheiro

Tenha em mente as expectativas de salário e os obstáculos para a negociação dar certo. Por isso também é importante organizar mentalmente as partes do acordo que são mais flexíveis para você ceder sem sair perdendo. Especifique as condições que podem ser incluídas e convencê-lo a aceitar uma oferta de salário mais baixo, ou a inicial, como creche subsidiada, auxílio transporte, entre outros benefícios.

Os componentes não financeiros da oferta geral devem ser considerados com cuidado. Um recrutador pode ter um limite rígido de salário, mas ter mais flexibilidade quanto ao tempo de férias. Por exemplo, aceitar que um possível colaborador obtenha uma semana extra de férias ou ganhe um aumento de 2% no salário por dia de férias trabalhado.

Portanto, se as tentativas de negociação não derem certo, não desanime. Considere quais aspectos da cultura de trabalho são importantes para você e priorize-os. Você pode pedir um horário de trabalho flexível ou negociar oportunidades de desenvolvimento profissional.

Perguntar sobre oportunidades de desenvolvimento profissional mostra ao recrutador a disposição para fazer o trabalho necessário e receber esse aumento salarial no futuro, além de melhorar como profissional. Também é válido negociar o salário para o futuro. Talvez você possa identificar métricas claras que estipulem um aumento no salário após 6 ou 12 meses no trabalho.

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