Soft Skills

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A conduta ética é base e cereja do bolo ao mesmo tempo

“Ética é a concepção dos princípios que eu escolho, moral é a sua prática”, disse o filósofo Mario Sergio Cortella. O conceito de ética vem do termo grego ethos, que significa aquilo que pertence ao caráter. No campo dos estudos da filosofia, corresponde às condutas do ser humano em todos os contextos da vida. É claro que o profissional não fica de fora. 

Mas o que faz da conduta ética uma das principais soft skills em 2021 não é apenas o seu significado teórico, como também as formas da sua adoção no dia a dia. Em tempos de escândalos de corrupção no mundo corporativo e político, parece fácil entender o que é antiético e o que não é correto de se fazer. Mas e o contrário?

Um profissional com conduta ética é aquele que sempre adota comportamentos corretos e que conduz suas ações baseado em bons princípios. Do mesmo modo, uma empresa demonstra sua ética por meio dos valores que cultiva e da cultura organizacional que dissemina. “A ação, de fato, é o único meio de expressão para a ética”, já constatou a socióloga Jane Addams. 

“Tudo depende”

Como saber o que é bom ou correto, se tudo isso é relativo ao contexto? O jornalista e escritor português Miguel Sousa Tavares reforça, “todas as éticas são evolutivas: o que hoje é normal, amanhã será horrendo e o que hoje é crime, amanhã será banal”. Portanto, a ética corresponde a um sentido comum, compartilhado em sociedade, sobre o modo certo de se comportar e viver.

Portanto, apesar de ser difícil de explicar com concretude, a conduta ética geralmente não é difícil de ser identificada. Ela se refere a um conjunto de regras que descrevem as condutas aceitáveis e desejáveis na sociedade. Para facilitar esse processo, se estabelece regras, princípios e valores nos quais devem se basear as condutas. Os conceitos mais diretamente associados à ética são verdade, honestidade, justiça e equidade.

Não por acaso ela se tornou uma das qualidades comportamentais mais valorizadas no ambiente de trabalho. Profissionais que fornecem serviços que afetam o bem-estar humano contam com códigos de ética profissional que estabelecem padrões de comportamento. Exemplos são um advogado ou médico que mantém a confidencialidade cliente-paciente ou um contador que não usa as informações do cliente para ganho pessoal. 

E no ambiente de trabalho?

A conduta ética no ambiente de trabalho corresponde ao código moral que orienta o comportamento dos colaboradores quanto ao que é certo e errado nas ações e na tomada de decisões. Uma tomada de decisões feita com ética corresponde a um equilíbrio entre os interesses do profissional, dos demais colaboradores e da empresa. 

Do mesmo modo que um profissional observa os comportamentos dos colegas, também está sempre sendo observado por eles. Portanto, seja dentro de uma empresa ou em sociedade, para adotar uma conduta ética é preciso seguir valores e princípios morais positivos que te conduzam a sempre ter práticas consideradas exemplares.

Além disso, o comportamento ético não se aplica apenas a colaboradores como individuais, a própria empresa deve exemplificar seus padrões de conduta ética. Tomadas de decisão relativas à empresa e todos os processos devem ser desenvolvidos a partir desse e para fortalecer esse princípio. 

Um círculo virtuoso na empresa

A postura ética no ambiente de trabalho é uma habilidade com poder de influência para além da esfera profissional. Sobretudo se ela é reconhecida formalmente, com a indicação do colaborador para mentorear um treinamento, por exemplo, e/ou informalmente, com elogios da equipe. 

Essa é uma das habilidades comportamentais que provocam com maior frequência o efeito-dominó, ou círculo virtuoso, pois inspira a conduta ética dos demais colaboradores e reforça os princípios da empatia, justiça e respeito. De fato, os impactos positivos desta soft skill extrapolam o individual e podem contagiar o coletivo e a empresa como um todo. 

Como em todo relacionamento interpessoal, a relação profissional entre empresa e colaboradores também é beneficiada quando a primeira protege seus interesses sem prejudicar o dos profissionais e vice-versa. Ou seja, quando há um equilíbrio entre os interesses balizado pela conduta ética. 

É importante agir com ética e que esse comportamento seja notado. A percepção da conduta ética melhora a satisfação dos colaboradores no trabalho, pois gera o sentimento de pertencimento à empresa. Não por acaso, as empresas com propósito se tornaram uma referência. 

A maior identificação em relação ao trabalho intensifica o comprometimento e fortalece a confiança dentro das equipes. Por sua vez, essas qualidades comportamentais contribuem com o aumento da produtividade e da qualidade das entregas dos colaboradores.

Além disso, empresas com competências soft presentes na liderança e nas equipes obtêm vantagem competitiva, pois se tornam preferência dos clientes que valorizam práticas éticas na hora de escolher de quem comprar. Empresas com reputação ética constroem uma marca atrativa e capaz de reter bons profissionais. 

Como incentivar a conduta ética

Empresas podem implementar medidas e programas para incentivar comportamentos éticos no ambiente de trabalho. Ao invés de priorizar os tradicionais sistemas reativos para relatar comportamentos antiéticos e gerar um clima de insegurança e desconfiança, por que não dar destaque às condutas valorizadas? Por exemplo, recompensando posturas éticas proativas e usando ferramentas para dar possibilidade a todos de serem ouvidos.

Defina expectativas claras e junto aos colaboradores por meio de processos participativos para estabelecer a conduta ideal. O Código de Conduta da empresa é um documento importante para servir de guia sobre essas expectativas com linguagem objetiva e simples. Por exemplo, pode estipular como os colaboradores devem interagir uns com os outros, com clientes, e também mostrar o que não é considerado um comportamento aceitável no local de trabalho. 

Documentos como esse também servem de orientação para os gestores, mostrando quando devem intervir e/ou tomar determinadas medidas. O Código de Conduta deve ser comunicado da forma mais interessante possível a todos os colaboradores. Uma dica é usar as expectativas estipuladas no Código de Conduta em processos seletivos, para analisar melhor se o candidato se adequa à cultura da empresa. 

Liderar pelo exemplo é outra prática que contribui com o progresso de soft skills em uma empresa. Os gestores precisam ser o modelo do comportamento que esperam ver em sua equipe. Se os colaboradores vêem a conduta ética em quem trabalha junto, é mais provável que adotem os mesmos comportamentos e valores.

Por isso é essencial que a liderança recompense as qualidades comportamentais dos membros das equipes. Por exemplo, quando um colaborador coloca seus interesses pessoais em segundo plano para priorizar o que é melhor para o cliente, ele deve ser ativamente recompensado ​​e apresentado como um exemplo para os outros. Para isso, o gestor também pode incorporar padrões éticos nas avaliações de desempenho.

Nesse sentido, os mecanismos de feedback são essenciais, pois essencialmente a conduta ética diz respeito a “fazer a coisa certa”. Para isso, a liderança deve se certificar que todos possam relatar qualquer comportamento ético e/ou antiético que testemunharem. Esses mecanismos devem permitir que os colaboradores façam denúncias anonimamente e sem medo de que qualquer ação adversa seja tomada contra eles.

Por fim, os treinamentos são sempre eficazes como método complementar no desenvolvimento de soft skills. Realize workshops e forneça treinamento regular sobre como resolver problemas de forma ética. Use exemplos, estudos de caso e simulação de papéis para discutir decisões difíceis que possam surgir. A partir desse diagnóstico conjunto, vale fazer um brainstorm de soluções juntos, seguindo a metodologia do duplo diamante. 

Empatia inclusiva, uma habilidade para além do mundo corporativo

“Só sabe quem sente”, ou “só quem viveu sabe”, são frases que explicam o significado da empatia. De fato, não dá pra entender o que outra pessoa sente na essência sem vivenciar exatamente o mesmo. Mas ainda que trocar de corpo e mente com alguém seja impossível, é possível buscar compreender o que outra pessoa sente.  

A empatia inclusiva não corresponde apenas à capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, mas fazer isso buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias. Por isso mesmo não é uma habilidade fácil de se desenvolver e está entre as qualidades comportamentais mais raras de se encontrar em nível avançado. 

O século XXI mostrou, com o desenvolvimento da Internet e das redes sociais, como os seres humanos estão todos interligados. A teoria dos seis graus de separação defende que, mesmo com toda a diversidade de culturas, cada pessoa está a seis relações de distância com qualquer outra, seja um habitante do interior da Tailândia ou o presidente dos Estados Unidos. 

Portanto, garantir que os colaboradores adotem uma postura empática no ambiente profissional é mais que ser solidário com as dores dos colegas: é promover o bem estar, o diálogo e a harmonia da equipe e consigo também. Mas o que é a empatia de verdade e como saber lidar com os diferentes contextos?

Os tipos de empatia

A empatia é dividida pela psicologia em três tipos: cognitiva, emocional e compassiva. Como o nome diz, a primeira se refere à compreensão em um nível intelectual. Ou seja, significa simplesmente entender como a outra pessoa se sente e o que ela pode estar pensando. É ideal para aplicar em situações casuais como reuniões virtuais, mas não eficaz em processos relacionados a emoções profundas. 

A segunda corresponde a sentir diretamente as emoções que outra pessoa está sentindo.É quando você se sente fisicamente como ela, como se as emoções dela fossem contagiosas. A empatia emocional é perfeita para fortalecer o relacionamento interpessoal, para usar com familiares e amizades. Mas é importante garantir que ela não ultrapasse um limite e essa preocupação se torne invasiva. 

Já a empatia compassiva é a mais desejada, pois corresponde a um equilíbrio entre os dois tipos anteriores. Ela respeita as conexões naturais que são estabelecidas com as pessoas, sejam colaboradores ou amigos. Com esse terceiro tipo, não apenas entendemos a situação de uma pessoa e sentimos com ela, mas somos movidos espontaneamente para ajudar caso necessário. E empatia também é sobre tomar atitudes. 

É dando que se recebe

Desenvolver a empatia inclusiva gera efeitos positivos para as pessoas, os negócios, as relações e o meio ambiente. Pois é, no ranking das soft skills mais procuradas em 2021, a empatia é a que tem o maior lastro de impacto. Pesquisas mostram que a empatia é um dos fatores mais eficazes para reduzir a pegada de carbono e assim desacelerar o aquecimento global. 

No mundo profissional, essa habilidade contribui com o alívio do estresse e o aprimoramento das habilidades de comunicação. Assim, ela influencia positivamente na colaboração e trabalho em equipe, pois facilita a compreensão entre colaboradores e a consideração e respeito por diferentes posicionamentos. 

Colaboradores com grande capacidade de empatia em geral têm menos conflitos interpessoais e mais resiliência em situações de conflito. E podem ir além, pois essa habilidade muitas vezes transforma o conflito em oportunidade, já que faz as diferenças serem consideradas como riqueza e não como entrave. 

Além disso, a probabilidade de uma negociação entre pessoas com mentalidade compassiva dar certo é muito maior. Pois ao enfraquecer e até quebrar todo tipo de preconceito, como machismo, LGBTfobia e racismo, a empatia contribui com a criação de ambientes acolhedores e coloca o foco no que há em comum entre as partes envolvidas. 

Estudos comprovam que competências soft como ela melhoram a interação humana, assim como a reputação da empresa e a satisfação dos clientes. Quando a abordagem é empática, o cliente sente confiança e a tendência de fidelização é maior. 

Considere implementar a empatia como um valor da empresa e em todos os processos. Ou seja, estruture-os com base nas pessoas por meio do design centrado no usuário (Human Centered Design. Afinal, envolver clientes e colaboradores em cada etapa ajuda a garantir que tanto os novos produtos e serviços serão adequados às necessidades, quanto as equipes trabalharão com maior autonomia. 

Só tem empatia quem pratica

Para usar a empatia com eficácia, você precisa deixar de colocar o seu próprio ponto de vista em primeiro lugar e considerar os outros. Ao invés de responder a um comportamento que à primeira vista parece ser emocional, teimoso ou irracional, reflita sobre como pode ser uma reação baseada no conhecimento e nas experiências anteriores do outro.

Ouça com atenção o que alguém está tentando lhe dizer. Use ouvidos, olhos e sentidos para buscar entender toda a mensagem que está sendo transmitida. Em seguida destaque palavras e frases-chave usadas, como as que se repetem. Pense na forma e no conteúdo do que está sendo dito. O que o tom e a linguagem corporal estão expressando? Por exemplo: a conotação é de raiva, vergonha ou medo?

Evite fazer perguntas diretas, argumentar com o que está sendo dito ou contestar fatos nesta fase. E seja flexível caso a conversa mude de direção, pois a comunicação é fluida e os pensamentos e sentimentos da outra pessoa podem variar.

Diferenças são riquezas

“Antes de julgar alguém, tente caminhar uma milha com os seus sapatos”, já dizia o famoso ditado. Analise a sua própria atitude e mantenha a mente aberta. Colocar muita ênfase em suas próprias suposições e crenças é um hábito que inibe ou enfraquece a sua empatia.

Além de descobrir por que os outros acreditam no que acreditam, é importante reconhecer e mostrar esse reconhecimento. Isso não significa concordar com os outros, mas não é hora para um debate. Em vez disso, mostre respeito e continue ouvindo.

Em caso de dúvida, convide a pessoa a descrever mais um pouco sua posição e pergunte como ela acha que pode resolver o problema. Fazer as perguntas certas é provavelmente a maneira mais simples e direta de entender a outra pessoa.

Ter contato com novas culturas, viajando, lendo ou assistindo a filmes, por exemplo, é um hábito que aumenta a sua empatia. Pois ao conhecer outros contextos de vida e formas de trabalhar, seu repertório é ampliado e a capacidade de entender diferentes comportamentos aumenta.

Empatia inspira ação

Não existe jeito certo de demonstrar a empatia. Depende da situação, da pessoa e da emoção dominante no momento. Lembre-se que empatia não tem a ver com o que você quer, mas com o que a outra pessoa deseja e precisa, portanto, qualquer ação que você realizar ou sugerir deve beneficiá-la. Mas é importante agir. 

Por exemplo, quando há um membro da equipe que não consegue se concentrar no trabalho por causa de um problema em casa. Pode parecer uma atitude gentil permitir que ele trabalhe em casa até que a situação seja resolvida, ou talvez seja melhor oferecer uma folga para que ele não pense em algo doloroso. Portanto, pergunte o que ele prefere. 

A empatia não vale apenas para lidar com crises. Na verdade, conseguir interpretar o mundo com uma variedade de perspectivas é também um diferencial no currículo e tanto. Por exemplo, estar bem humorado e lembrar o nome das pessoas é um detalhe que coloca a empatia em ação. Prestar o máximo de atenção aos colaboradores nas reuniões, ter curiosidade sobre suas vidas e interesses e oferecer feedback construtivo também são comportamentos empáticos. 

Resiliência contínua, equilíbrio quando tudo é urgente

Em tempos de imprevisibilidade, instabilidade e intensidade, manter a calma e o foco no resultado algumas vezes parece impossível. Essa dificuldade não nasceu ontem: há um antigo provérbio japonês que diz “caia sete vezes, levante oito”. Mas com o desenvolvimento da sociedade da informação e o surgimento da Internet, o desafio de preservar o equilíbrio ganhou novos contornos.

O grande volume de informações que são produzidas e consumidas todos os dias, sobretudo por meio das mídias sociais, dão a impressão de que o tempo está passando cada vez mais rápido. Apesar disso, muitos já afirmam que hoje “não vivemos uma era de mudanças, e sim uma mudança de era”. Por isso, a resiliência contínua é considerada uma das principais soft skills do século XXI.

Esse conceito vem da física e descreve corpos e matérias que voltam ao estado inicial depois de sofrer uma deformação. O significado tem sido usado de forma adaptada ao contexto profissional: dentro de uma empresa, a resiliência contínua corresponde ao hábito de dar um passo atrás em meio às tensões emocionais. O voltar ao normal neste caso é um movimento para o estado mental de antes dos conflitos no trabalho.

Assim, a resiliência contínua ganhou destaque entre as qualidades comportamentais procuradas por recrutadores em processos seletivos. Afinal, ela é uma habilidade extremamente valiosa na gestão das diferentes crises que surgem em uma empresa, por exemplo. E hoje em dia não é raro ter que lidar com desavenças e pressões, não é mesmo?

O que é resiliência contínua

As competências soft são interdependentes: umas dependem das outras, e vice-versa. Por exemplo, a comunicação assertiva e a criatividade ativa, soft skills que foram temas de outros artigos do blog, influenciam no desenvolvimento da resiliência contínua e são influenciadas por ela. Em outras palavras, quem tem um pensamento criativo terá mais facilidade para aprimorar a eficácia da comunicação e manter o equilíbrio ao lidar com problemas.

A resiliência contínua tem muito a ver com a inteligência emocional, ambas envolvem a capacidade de controle das emoções nos momentos mais difíceis. Um profissional resiliente é aquele que sabe ouvir com tranquilidade um “não” e aprende continuamente com as experiências vividas no trabalho. Mais que gerir bem as suas reações, ele usa as críticas a favor de seu crescimento.

No entanto, é muito importante não confundir a resiliência com um conformismo com cargas excessivas de trabalho e ou uma indiferença aos sentimentos dos demais colaboradores. Isso não só faz com que você reprima suas emoções e somatize-as em problemas de saúde, por exemplo, como também enfraquece sua empatia, que é outra habilidade valiosa.

Os benefícios da resiliência contínua

O desenvolvimento da resiliência é uma relação ganha-ganha. Tanto quem investe na habilidade (liderança), quanto quem trabalha o comportamento (colaborador) sente os impactos positivos. A maior capacidade de adaptação a contextos adversos talvez seja o maior deles. O profissional cultiva o hábito de se desvencilhar dos pequenos estresses do cotidiano e prioriza o pensamento positivo.

As adversidades são inevitáveis, na vida e no trabalho. Em relação a elas, o filósofo francês Jean-Paul Sartre adotaria uma abordagem resiliente: “não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. De fato, entre todas as habilidades soft skills citadas em 2021, essa é a ideal para aumentar o foco na resolução de problemas nas equipes.

Desde a infância, um dos principais fatores de mudança de hábito são os grandes eventos da vida, independentemente da conotação que adquirem com o passar do tempo. Por exemplo, a separação dos pais ou a mudança de cidade são acontecimentos que marcam a história de qualquer pessoa. É essa imposição de lidar com o desconhecido que provoca o aprendizado. Por isso, a resiliência transforma muitas experiências profissionais em fontes de crescimento.

Como um efeito dominó, o desenvolvimento da resiliência também contribui com a confiança do profissional na própria capacidade de organizar e executar determinadas atividades. Com maior autoestima, os colaboradores adotam uma postura mais otimista e abrem espaço para novas perspectivas.

Boas práticas para a resiliência contínua

A mudança de hábitos é o principal fator de desenvolvimento das soft skills. Com a resiliência não é diferente. Você pode se inscrever em cursos e oficinas e o conteúdo vai ajudar, mas só conseguirá adquirir essa habilidade percebendo, analisando e trabalhando o seu comportamento. Reoriente algumas atividades diárias e reserve um tempo semanal para iniciar uma nova.

Em momentos de tensão, não reaja imediatamente. Pare, respire fundo, observe, analise, decida e finalmente aja. Além dessas pequenas pausas em momentos de estresse no trabalho, vale experimentar as sessões de terapia para saber como administrar suas emoções. Existem diferentes linhas de abordagem na psicologia, procure aquela com a qual você mais se identifica.

Um dos principais fatores para exercitar a resiliência é o autoconhecimento. Ele é essencial em termos profissionais e pessoais e permite a você descobrir os gatilhos das suas emoções. Seja da raiva e da tristeza, seja as fontes da alegria e da motivação. Além da terapia, a meditação e os momentos de silêncio são extremamente esclarecedores. Expressar-se artisticamente por meio da pintura, por exemplo, é um meio de relacionar-se consigo mesmo.

Sabendo quais são os gatilhos das emoções mais e menos desejadas, aumente o investimento de energia e tempo nos que favorecem. Considere isso na hora de fazer o seu planejamento e comemore sempre que conquistar algo. Se nutra de relações engrandecedoras e conte com uma rede de confiança. Esse sistema de recompensa funciona com reforço positivo e poupa você de qualquer muro das lamentações.

Criatividade ativa: mais que um momento Eureka

O que Leonardo da Vinci, Marie Curie, Albert Einstein, Frida Kahlo e Isaac Newton têm em comum? Longe de um DNA especial ou um cérebro avantajado, essas pessoas marcaram época por sua criatividade. Isso não só por encontrarem uma expressão ou solução diferente, mas sobretudo por gerarem valor a muitas pessoas com suas invenções e obras.

Portanto, o nível da criatividade não se limita a quão mirabolante é uma ideia, mas a quão inovadora e apropriada esta solução é para a realidade. Das gambiarras dos moradores de favelas às tecnologias sofisticadas, são muitos os exemplos que demonstram que o pensamento criativo não é um dom, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida.

Além disso, o processo criativo acontece tanto no âmbito individual quanto no coletivo. No primeiro, o profissional é o protagonista. No segundo, toda a equipe. Ao reunir saberes, percepção e imaginação dos colaboradores, a criatividade coletiva contribui com a criação ou otimização de processos, produtos ou serviços.

No entanto, essa habilidade nunca é desenvolvida em separado, mesmo no âmbito individual: ela é influenciada pelo relacionamento interpessoal entre colaboradores e também por outras soft skills. A comunicação assertiva, tema de outro artigo da Global Talent HQ, é uma das habilidades comportamentais que atua a favor do desenvolvimento da criatividade ativa.

Quando a criatividade acontece

A criatividade pode nascer de cinco momentos diferentes: associação de ideias, questionamento da realidade, observação atenciosa, networking e livre experimentação. A conexão entre informações aparentemente isoladas é uma definição simples do conhecimento e uma das principais origens da criatividade. A famosa pergunta “como não tinha pensado nisso antes” geralmente é provocada por soluções criadas a partir da associação.

Quem diria que as uma das qualidades comportamentais mais valiosas no século XXI poderia também surgir daquele “por que” tão usado na infância? Pois é, a postura questionadora, tão frequente quando você era criança, hoje pode ser extremamente útil para se diferenciar como profissional e gerar valor no trabalho. O segredo é garantir equilíbrio e não deixar o questionamento virar birra.

Se você se pergunta como desenvolver soft skills e espera receber uma resposta pronta ou um manual simples, provavelmente irá se frustrar. Assim como as demais competências soft, a criatividade ativa não é efeito de um “eureka” ou um clique dentro na mente. Por incrível que pareça, a observação e o silêncio podem ser as melhores fontes para trabalhar a habilidade. Comece atentando-se aos detalhes do seu contexto em um nível mais profundo.

A interação constante com pessoas também gera novas ideias. De fato, o networking é um fator estimulador do pensamento criativo, pois coloca ideias em choque o tempo inteiro. Mas esse hábito não deve se restringir a pessoas do mesmo perfil demográfico e/ou comportamental para enriquecer os efeitos da troca e abrir oportunidades. Quanto maior a diversidade entre os interlocutores, maior a probabilidade de inovação.

Apesar de ser um dos fatores mais relevantes para o desenvolvimento da criatividade, a liberdade de experimentar talvez seja o mais raro na maioria das empresas. Afinal parece ousado demais e desperdício de tempo deixar que os colaboradores saiam da zona de conforto e testem na prática as suas ideias para um modelo rígido de gestão. Mas é justamente por propiciar a customização no modo de trabalho que esse hábito favorece muito a criatividade ativa.

A responsabilidade das empresas e lideranças

Os ambientes de trabalho podem estimular ou inibir a criatividade ativa, mesmo informalmente. A competição exagerada entre colaboradores ou a implementação de modelos de governança centralizados demais, por exemplo, são fatores inibidores da habilidade. Por isso, antes de planejar cursos e programas de treinamento de soft skills, é fundamental que a liderança busque um olhar amplo e profundo sobre a cultura empresarial.

Estudar que hábitos e valores são valorizados formal e informalmente nas equipes é uma forma de entender a cultura da empresa. A esfera formal é mais fácil de conhecer: está nos códigos de ética e documentos oficiais da organização. Já a informal é mais difícil e subjetiva,mas mais impactante no comportamento. Pois ela corresponde aos respaldos e resistências manifestados pelas pessoas todos os dias.

Para entender se a criatividade ativa é incentivada ou dificultada pela cultura empresarial, vale acompanhar os comportamentos dentro das equipes no dia a dia de trabalho, conferir os sistemas de recompensas e fazer conversas individuais com os colaboradores. Se nos momentos de geração de ideias o time acolhe todas as sugestões propostas, é um sinal positivo.

Os principais benefícios

Assim como todas as soft skills, desenvolver a criatividade ativa traz benefícios não só para o profissional, como para toda empresa. O primeiro e mais óbvio é aumentar a probabilidade de encontrar soluções fora da caixa para problemas comuns.

Em geral, colaboradores com essa habilidade tem um repertório cultural amplo, e por isso expõem ideias com maior clareza e escolhem as melhores palavras e expressões para cada contexto. E ao favorecer a melhora da comunicação, a criatividade promove conexões sociais mais qualificadas e assim abre oportunidades de negócio.

Como ativadora da intuição, essa é uma das habilidades comportamentais que compõem um círculo virtuoso próprio. O pensamento criativo gera comportamentos inovadores, que por sua vez inspiram os demais colaboradores e assim fervem as novas ideias.

É assim que a criatividade ativa propicia um ambiente de trabalho instigante e prazeroso a todos colaboradores, evidencia o diferencial da empresa e assim provoca um efeito de imã: atrai novos talentos e fideliza o público consumidor. O aumento da produtividade e o desenvolvimento da qualidade das entregas são consequências desse processo e podem ser observadas a cada fim de mês, com maior lucratividade.

Tudo isso contribui com o aumento da competitividade da empresa. A criatividade ativa é ingrediente chave na criação ou inovação em produtos e serviços, mas também na quebra de paradigmas. Apesar da última ser mais rara, sempre contou com essa habilidade. É o caso de Reed Hastings, fundador do Netflix, que revolucionou o seu nicho de mercado com simplicidade, conveniência e acessibilidade.

Como desenvolver a criatividade ativa

O primeiro passo para desenvolver a criatividade ativa é ampliar o repertório cultural. Para isso, estude os temas relacionados à sua profissão por meio de leituras, palestras, cursos e oficinas, mas também escute músicas e assista a filmes e séries de diferentes gêneros e culturas. Faça resumos sobre eles para fixar o que foi aprendido na memória. Vale também identificar pessoas inovadoras no seu mercado e acompanhar o trabalho delas.

Como qualquer mudança de cultura, desenvolver um pensamento criativo exige mudar alguns hábitos e criar novos estímulos para o cérebro. Não precisa fazer algo extraordinário, como planejar uma super viagem ou mudar de carreira. Você pode fugir da rotina nas pequenas atividades do dia a dia. Aprender uma nova receita e cozinhá-la ou mudar o cômodo em que você trabalha são algumas sugestões.

Garanta momentos de tranquilidade para a sua mente e faça interrupções ao longo do dia. O estilo de vida dos moradores das médias e grandes cidades compõe um grande volume de informações que é prejudicial ao cérebro humano. Por isso, procure manter a mente vazia com silêncio e meditação e momentos suficientes de descanso. Isso repõe as energias e torna o raciocínio mais rápido.

De fato, grandes ideias costumam aparecer em momentos de descanso e diversão, como em um passeio no parque, uma videochamada com amigos ou um mergulho na água. Por isso, separe um tempo para relaxar e se divertir sempre que possível. Vale também fazer pequenas pausas de 15 a 30 minutos no seu dia a dia de trabalho.
Estimule-se a inovar nas tarefas diárias, por exemplo trocando a ferramenta usada, implementando um novo processo e fazendo anotações sobre essa experiência. Antes das atividades criativas, faça “brainstorms” (tempestades de ideias) para abrir um leque de possibilidades. Se for possível teste as ideias, pois a prática é a melhor forma de aprender.

Apesar do estereótipo do profissional criativo ser visto como alguém confuso e perdido nas ideias, a organização contribui e muito com o desenvolvimento da criatividade. Algumas boas práticas ajudam, como cuidar do seu ambiente de trabalho e segmentar as pastas e gavetas na hora de guardar documentos.

Questione e busque solucionar questões não resolvidas, pergunte quando tiver dúvidas, busque informações a respeito de um problema, ou seja, não se conforme com informações “pela metade”.

Metodologias

Para gerar ideias, a sugestão é a Scamper, que resume nas letras os verbos das suas etapas: substituir, combinar, adaptar, modificar, propor, eliminar e reorganizar. Existem diferentes frameworks que facilitam a implementação da metodologia.

Também no grupo das metodologias de brainstorms, a simulação de cenários explora os extremos para incentivar o pensamento criativo. Cenários ideal e de catástrofe estimulam a imaginação do melhor e do pior contexto para resolver determinado problema. Ela é muito barata, uma vez que só depende da capacidade imaginativa e do registro das ideias geradas.

É possível visualizar como funciona a geração de ideias no cérebro por meio dos mapas mentais. A partir de uma ideia, surgem uma série de outras que estão interconectadas, e assim por diante. A metodologia chamada de Mind Map em inglês é ótima para organizar, ordenar e relacioná-las.

Na metodologia Brainwriting, os colaboradores, em círculo, devem registrar 3 ideias nos primeiros espaços de um papel com divisões. Depois, trocam as folhas com quem estiver à direita e registram mais 3 ideias novas ou relacionadas com as anteriores, e assim por diante até a folha ser preenchida. Por fim, as ideias são analisadas e debatidas em grupo.

Criada por J. Donald Phillips, a Buzzsession busca resolver problemas complexos ou mal definidos. Um grande grupo de pessoas é dividido em subgrupos de 3 a 8 pessoas para discutir o problema em um curto espaço de tempo, para estimular o pensamento rápido e intenso. Cada subgrupo deve eleger um mediador para conduzir a discussão e registrar as ideias.

Após isso, os subgrupos são reunidos e os mediadores relatam as ideias. Novamente os subgrupos se distribuem (pode ser com diferentes pessoas) e discutem novas ideias com base nas do grupo. Esse processo é repetido até que seja encontrada uma ou mais soluções concretas para o problema

Ferramentas

Os quadros da Conceptboard são ótimos para quem deseja organizar as ideias, pois suas funcionalidades permitem aos usuários que incluam e associem diferentes referências. Eles também permitem criar novos conceitos e fazer observações.

Criado pelo publicitário Alex Osborn, o Brainstorm é uma ferramenta em si mesma e simples: trata-se de um encontro para debate de ideias para solucionar um problema. É uma ferramenta extremamente adaptável a novas regras e por isso ficou popular em todo o mundo. O básico é que cada participante tenha ideias durante um tempo pré-determinado e as apresente para o grupo.

Já o software MindMeister automatizou a metodologia dos mapas mentais de forma intuitiva e colaborativa. Serve não só para gerir informações de um projeto como também para planejar as atividades de uma equipe.

Muito parecida com outras ferramentas, a Mural é uma plataforma online, colaborativa e intuitiva em que cada colaborador pode incluir ideias e referências e a equipe pode organizá-las para resolver um problema.

Comunicação assertiva é mais que falar bem

“Quem não se comunica, se trumbica”, já dizia José Abelardo Barbosa, mais conhecido como Chacrinha, apresentador de programa de auditório na TV brasileira. A frase não ficou na boca do povo por acaso: saber passar a mensagem não é fácil. Em outras palavras, comunicação assertiva é se fazer entender pelas pessoas como se quer fazer entender.

De fato, apenas 8% dos brasileiros entre 15 e 64 anos conseguem se expressar e compreender plenamente. Dados do Instituto Paulo Montenegro, em conjunto com a ONG Ação Educativa, mostraram que a comunicação assertiva é um desafio para a maioria dos profissionais do país.

No entanto, ainda há uma parte relevante de colaboradores que não recebe estímulos da empresa para desenvolver soft skills, incluindo a habilidade de entender claramente e se expressar objetivamente. Uma pesquisa da FIA Employee Experience constatou no ano passado que um em cada cinco profissionais brasileiros não recebe avaliações de desempenho da liderança. E o feedback é um dos fatores de desenvolvimento da comunicação assertiva.

Afinal, sem escuta e prática e um termômetro no ambiente de trabalho, o relacionamento interpessoal entre colaboradores é prejudicado. Toda equipe precisa de confiança e entrosamento para produzir mais e melhor, certo?

A importância da comunicação assertiva

Já dizia o ditado popular: “quem tem boca vai a Roma”. De fato, são muitos os caminhos abertos pelo desenvolvimento de uma comunicação assertiva, não só para os colaboradores, mas para a empresa como um todo.

A razão é simples: toda relação no planeta Terra é baseada na interação, das bactérias aos seres humanos. O mundo dos negócios não foge à regra, afinal a economia é baseada em trocas, e essas por sua vez dependem de uma boa comunicação. Quanto mais clara, direta ao ponto e objetiva, mais ela atinge os objetivos e satisfaz a todos.

Por isso, essa é uma das habilidades comportamentais mais procuradas por recrutadores.
Segundo o pai da administração, Peter Drucker, “60% de todos os problemas das empresas resultam de falha na comunicação”. Mas os motivos para privilegiar a comunicação assertiva entre as soft skills não se limitam a evitar problemas.

Converter negociações em negócio, melhorar a gestão de crises, consolidar a liderança e fortalecer a inteligência emocional do time são justificativas suficientes para investir no relacionamento interpessoal entre colaboradores por meio da comunicação assertiva.

Ela facilita o estabelecimento dos acordos ao esclarecer a apresentação das ideias e agiliza a resolução de problemas pois garante que as discordâncias sejam construtivas. Além disso, essa habilidade você consegue colocar os pontos de discordância de uma maneira que a outra parte não se sinta desrespeitada.

Os benefícios da comunicação assertiva

Quem sabe se comunicar de forma eficaz proporciona conhecimento, é empático e transmite autoconfiança. O que vai, volta. Por isso, os efeitos positivos também são percebidos pelos colaboradores que adquirem essa e outras habilidades comportamentais relacionadas.

As soft skills também se influenciam: quando se investe em uma, se propicia um ambiente fértil para as outras. Por exemplo, um programa de treinamento em comunicação assertiva impacta positivamente na inteligência emocional dos seus colaboradores, ao melhorar a resolução de conflitos. Assim, fortalece o equilíbrio e a firmeza do estado emocional da equipe, favorece a colaboração e faz com que a postura de cada um se centre nas entregas.

Além disso, entre todas as soft skills mais valorizadas em 2021, a comunicação assertiva tem o melhor resultado no fortalecimento do trabalho em equipe, pois facilita o desenvolvimento de relações construtivas. Não é preciso muito esforço para deduzir que todos esses benefícios acabam gerando uma melhoria contínua nos processos e aumento da produtividade. Certo?

Mas afinal, o que é a comunicação assertiva?

Em poucas palavras, a comunicação assertiva é a habilidade de se comunicar algo como se deseja comunicar aquilo. Portanto, ela envolve um conjunto de linguagens, e o que faz a diferença não é só o conteúdo, mas também a forma. 

A comunicação pode ser verbal, por meio da escrita ou da fala, ou não verbal, por meio de signos visuais, ilustrações, placas, gestos e postura corporal, por exemplo. Para se comunicar pela fala, por exemplo, muitos fatores influenciam para alcançar eficácia: os gestos, as expressões facial e corporal, o tom, ritmo, velocidade e volume da voz e as palavras escolhidas. 

O conteúdo daquilo que se comunica representa apenas 7% da comunicação, outros 27% estão ligados ao modo como se fala. A expressão do rosto e do corpo, o olhar, o movimento das mãos, a postura e outras informações dadas pela leitura corporal representam a maior parte do processo: 66%.

Sabendo desses fatores, fica mais fácil entender como a comunicação assertiva contempla o todo. É justamente aquela que explora o melhor da escrita, fala, do corpo e da imagem com clareza, dinâmica e respeito. E principalmente: é aquela que obtém o retorno esperado. No contexto de uma empresa, a ciência desse retorno é essencial para otimizar o tempo e o trabalho. 

Como desenvolver a comunicação assertiva

Saber se comunicar começa por organizar o pensamento. Mas passa também por escutar ativamente os interlocutores e estar consciente do objetivo. O primeiro passo é definir onde se quer chegar. O segundo é estruturar a sua mensagem a partir desse objetivo. O terceiro é usar as habilidades e ferramentas que você tem. Para aperfeiçoá-las, há um conjunto de hábitos que você pode adotar sem gastar um centavo.

Um deles é a leitura. Praticá-la é excelente para aprimorar a interpretação, ampliar o vocabulário e fortalecer a gramática. O ideal é não se restringir ao superficial dessa habilidade no cotidiano das redes sociais e variar o formato e gênero de literatura. Cabeceira, Bookly e Goodreads são excelentes aplicativos pois não só organizam a leitura como também possibilitam a criação de metas para praticá-la.

Outro hábito importante de cultivar com atenção é a escrita. Pois além da gramática e do vocabulário, essa habilidade afia a sua ortografia. Se identificar grandes lacunas com a escrita, vale investir em um curso. Senão, é possível utilizar diretamente ferramentas como Mind Note, ótimo com brainstorms e mapas mentais, o intuitivo yWriter, e o Omm Writer, excelente para quem tem dificuldade em manter o foco.

Mas ninguém sabe se tem uma comunicação assertiva sem medir os resultados dela, não é mesmo? Por isso, é importante saber dar e receber feedback, tanto do tipo incentivador quando do tipo corretivo. Use o STRATWs ONE para integrar avaliação de desempenho com KPIs, o BetterWorks para levar em conta as hierarquias na gestão de pessoas e o Appraisd para organizar objetivos, progresso e trilhas de desenvolvimento profissional.

Os movimentos e a postura do corpo são decisivos: a comunicação não-verbal é responsável por mais que a metade do processo. Por isso, analise a sua postura corporal, ajuste o tom da sua voz para as diferentes situações de trabalho e sorria quando for bem-vindo. Treine a sua comunicação não-verbal com colegas, observe a deles e receba avaliações para desenvolver suas qualidades comportamentais.

Soft skills, chaves para a quarta revolução industrial

Nos tempos atuais, a Lei da Evolução das Espécies, apresentada em 1859 por Charles Darwin, parece ganhar novo significado. Afinal, o surgimento das novas tecnologias de comunicação e informação e o desenvolvimento da Internet resgata o nosso desafio de adaptação em um mundo cada vez mais instável, imprevisível e líquido no dia a dia e nas relações.

Parte desse desafio é expressa nas novas competências valorizadas pelas empresas e organizações na hora de contratar colaboradores. 35% das habilidades de trabalho exigidas para as ocupações atuais devem mudar, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. É nessa mudança de perfil que se destacam as soft skills, que você provavelmente já deve ter ouvido falar.

Assim como muitos conceitos que surgiram recentemente, é difícil entender precisamente o que elas significam, mesmo para quem já leu uma dezena de artigos sobre o assunto. É porque a essência das habilidades soft skills é relativa e subjetiva. Em geral, as soft skills são adquiridas por meio das relações que o profissional estabelece com os colegas e consigo mesmo. Além disso, há uma reflexão sobre o comportamento adotado e a tomada de decisão para mudança de hábitos.

Apesar de hoje já existirem cursos para ensiná-las, a prática é a melhor maneira de saber como desenvolver soft skills. Para isso também é importante entender como hard skills e soft skills se diferenciam: as hard skills são concretas e podem ser incluídas no seu currículo, além de poderem ser aprendidas com uma série de oficinas. Hard skills correspondem, por exemplo, ao domínio do uso de uma ferramenta como o software editor de imagens Adobe Photoshop, ou à conquista da fluência em um idioma como o inglês.

Como as soft skills são complexas e ao mesmo tempo cada profissional desenvolve sua personalidade de modo singular, elas se tornaram extremamente valiosas para a permanência e o crescimento do colaborador dentro da empresa. Uma frase que resume isso é “empresas contratam pelo currículo e demitem pelo comportamento”. Se essas habilidades são diferenciais para os colaboradores, no caso dos cargos de gestor elas são pré-requisitos.

Confira a seguir uma relação das habilidades soft skills mais valorizadas em 2021!

Comunicação assertiva

A comunicação é um dos pilares da humanidade e de qualquer espécie: sempre foi por meio da troca de informações que conseguimos nos organizar para garantir nossas necessidades básicas e sobreviver. Por isso parece redundante afirmar que na Era da Informação ela é uma habilidade importante. Mas fato é que no século XXI ela ganhou um significado mais complexo, e não à toa é uma das soft skills mais valorizadas.

A comunicação assertiva é aquela em que a mensagem é interpretada como se deseja pelos interlocutores. Isso significa escutar com atenção, saber se portar em diferentes situações, interpretar as mensagens e ter a capacidade e a facilidade de trabalhar em equipe. Portanto, exercitar escuta, interpretação, conversa e abordagem, além das diferentes linguagens (oral, verbal, corporal e visual) é um passo importante para quem deseja aprimorar a comunicação.

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Criatividade ativa

Ser criativo não é apenas ter muitas ideias, apesar disso ser também importante. A criatividade está por trás de atitudes que fizeram a diferença no mundo: desde a formulação de teorias e a invenção de produtos até a produção de conteúdos engajadores e o encontro das soluções diferenciadas. Por essas e outras é inegável que entre todas as soft skills, é a que oferece o maior diferencial para um profissional.

Já a criatividade ativa é aquela que não depende de um estímulo externo, mas se tornou um hábito quase natural que se expressa recorrentemente. Ou seja, é quando o colaborador encontra novos caminhos até mesmo para tarefas diárias. Como uma nova ferramenta ou processo, por exemplo, que reduz o tempo ou os recursos necessários para uma entrega. Praticar os brainstorms (ou tempestades de ideias) e ampliar suas referências culturais por meio de livros, filmes e séries é uma forma de desenvolver esse hábito.

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Resiliência contínua

Não há lugar para a sabedoria onde não há resiliência. A resiliência é a capacidade de se adaptar e crescer após situações de crise. Não por acaso que ela é uma das soft skills mais valorizadas. Problemas aparecem frequentemente e parte do desafio envolve saber resistir às pressões, tomar decisões e agir em meio a turbulências. Essa trajetória pode ser dura, mas traz muitos aprendizados.

A força e a maturidade psicológica geralmente andam junto com a resiliência, e por isso essa soft skill é associada à inteligência emocional. Ela é desenvolvida com a experiência de viver situações complicadas, mas mesmo pessoas mais jovens podem trabalhá-la. Focar em atitudes assertivas, aprender com as situações e ter bases de apoio são alguns passos nessa direção.

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Empatia inclusiva

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa com os sapatos dela. Ou seja, de forma que se consiga compreendê-la no seu contexto e com seu background. Para quem lidera equipes a empatia é ainda mais importante, pois é uma base para construir relações de confiança com os colaboradores. E a confiança mútua, por sua vez, é a chave para uma gestão aberta e humana.

Uma série de fatores contribuem com o desenvolvimento da empatia. O autoconhecimento, por incrível que pareça, é um deles. Se conhecer mais profundamente é um passo fundamental para conhecer os outros, afinal sentimentos são comuns a nós seres humanos. Ouvir atentamente a uma pessoa durante uma conversa e demonstrar interesse pelo que ela diz são outras maneiras objetivas de trabalhar a empatia como uma das suas soft skills.

Liderança efetiva

Todas as soft skills são interdependentes, isto é, tem uma relação de auxílio mútuo ou coadjuvação recíproca. A liderança efetiva é uma prova disso. Ela combina todas as anteriores, envolve visão sistêmica e autonomia. Isso significa mais uma postura diante do trabalho que a ocupação de um cargo de chefia.

Mas não basta desenvolver esse mix entre soft skills e ter a compreensão do todo. É preciso que tudo isso se transmita nas ações cotidianas. Muitos ensinamentos sobre essa soft skill corroboram a percepção de que um líder se reconhece pelo exemplo que dá por meio das suas atitudes. Portanto, liderança não é sobre mandar ou fazer belos discursos.

Conduta ética

Já há alguns anos é perceptível uma crise de coerência generalizada nas empresas, nos governos e nas organizações. Com a maior divulgação dos escândalos de corrupção em todos os setores, a confiança entre as pessoas também diminui. Por isso o alinhamento entre o discurso e a prática se tornou um diferencial valiosíssimo não só para as instituições, como também para os profissionais.

As chamadas empresas com causa estão sabendo ocupar este espaço vazio dando atenção a toda sua rede produtiva. Isto é, garantindo que todos os colaboradores trabalhem em condições justas e buscando reduzir o impacto ambiental, por exemplo. Por isso, não é estranho que elas estejam buscando compor suas equipes com profissionais que estejam alinhados aos seus valores éticos.

Além de serem consideradas nos processos de contratação de novos colaboradores para a empresa, as soft skills dos profissionais atuais podem ser trabalhadas por meio de algumas políticas e práticas. São elas o desenvolvimento do autoconhecimento do colaborador, a análise de desempenho (ou feedback de terceiros), os programas de treinamento e a gamificação da trajetória de cada um na empresa.

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